Viagens aéreas bem mais lentas, em troca de um mundo menos poluído. Topa?

As primeiras viagens aéreas ou voos comerciais no mundo ocorreram a mais de um século, o ano de 1914, foi quando a primeira iniciativa comercial de transporte de pessoas ocorreu pelas mãos do piloto Tommy James, que vendeu o único assento em sua aeronave para o então prefeito de Saint Petersburg, Abram Pheil.

Fontes históricas indicam que o valor da passagem foi de U$400, para um voo de duração de 23 minutos, ligando a cidade de Saint Petersburg para Tampa, regiões da Flórida, nos Estados Unidos.

História das Viagens Aéreas

Desde aquele momento inicial até os dias de hoje o serviço de transporte de pessoas e cargas utilizando aviões sofreu muitas evoluções tecnológicas, interessadas em agradar os clientes as aeronaves se tornaram mais rápidas, segundo a visão das empresas de viagens aéreas e dos clientes, viagens aéreas mais rápidas garantem mais satisfação e mais vendas, com entrega de voucher por transporte de veiculo.

Mas com a crescente pressão pela redução a zero, de emissões por parte de toda a economia mundial, então as rápidas aeronaves funcionando com potentes motores movidos a combustível fóssil, estão na linha de aposentadoria, a questão é se o cliente comprará passagens aéreas em aeronaves menos poluentes, porém bem mais lentas.

Viagens aéreas bem mais lentas... topa?

Velocidade consome grande quantidades de combustível fóssil

No setor de logística rodoviário, o treinamento de motoristas inclui módulos inteiros tratando exclusivamente de como utilizar o acelerador e o freio de veículo pesados, o cliente que deseja saber quanto custa transportar um veículo de um estado para outro, agora pede também para saber que tipo de energia será utilizado para levar a sua carga.

O treinamento de motoristas profissionais inclui técnicas de manutenção mecânica e como utilizar corretamente o controle de aceleração do veículo, manter velocidade regulares mais baixas é um conhecido método de aplicação de eficiência energética. A cada vez que o freio é utilizado, toda a energia cinética é perdida, o que impacta na eficiência.

Para um transporte rodoviário mais eficiente, em um cenário ideal, um veículo em movimento só deveria frear quando alcança o seu destino. Então durante um trajeto, se lança uma energia inicial para colocar o veículo em movimento e uma outra energia final para promover a desaceleração.

Quando você utiliza o seu veículo pelas ruas da cidade acelerando e freando de tempos em tempos, é o motivo do seu veículo consumir o combustível que consome. Acho que não existe nada mais consumidor de combustível do que ficar preso em um trânsito.

A economia e a eficiência, possuem pouca simpatia com grandes velocidades, o lema para as próximas gerações, me parece, será “devagar e sempre”. Para que o serviço de transporte aéreo sobreviva em um cenário de emissões zero, é necessário fazer um “downgrade”. Termo muito utilizado no setor de tecnologia, que significa voltar atrás em uma versão anterior.

Se antes existiam os poderosos aviões comerciais movidos a motor a jato, agora abre-se espaço para um retrocesso no sentido positivo do assunto, para aviões movidos a motores a hélice, híbridos elétricos, movidos a energia solar e principalmente lentos, bem lentos. 

Não apenas restrito a questões de viagens aéreas, mas todos os setores econômicos terão de alguma forma pisar no freio, o desafio do net zero é monumental, no setor imobiliário não é diferente, imobiliárias em Goiânia já estão se especializando em captar e oferecer imóveis com painéis solares instalados.

O grito ecológico, pede menos conforto

Os hábitos de consumo das pessoas é que pressionam as emissões, não é uma questão restrita a uma nação em específico, e para alcançar as ambiciosas metas de emissões é necessário muitas outras ações no sentido de reduzir o consumo em energia, incluindo aquele banho gostoso a 40 graus de temperatura, por 15 minutos.

Não existe água nem energia suficiente para usufruto de todos, os hábitos de consumo precisam mudar pela ordem do custo, e agora pela ordem da imposição ecológica, as pessoas se contentaram com bem menos? Trocarão seus veículos por bicicletas? Banho quente diário, por banho frio semanal?

Para ser verdade a proposta do net-zero, será necessário um retrocesso geral em todos os hábitos de consumo, as pessoas terão que literalmente abandonar muitos confortos e se aproximar de uma vida natural, integrados a natureza, não é exagero afirmar que para uma redução drástica das emissões que o planeta exige, será necessário todos nós adotarmos um estilo de vida primordial, no sentido indigena da coisa.

Citei a questão das viagens aéreas, pois é um tema muito afeito a classe social de maior poder aquisitivo, com o aumento de custos dos preços do serviço, quem é rico, não sentiu nenhum efeito disso, mas criou uma diferença maior na sociedade, ampliou as desigualdades sociais.

Então se mudou o hábito ou selecionou o público, neste tempo pós-pandemia, vemos uma escalada de preços para manter hábitos de consumo antigos, o custo da energia cresceu muito, não existindo nenhum horizonte de redução de custos, pelo oposto, conforme informado pelas empresas de mudanças em Brasília

Os governos estão implementando cada vez mais impostos, justificadas pela necessidade de se alcançar a descarbonização da economia, a este custo, de que grande parte da população abra mão de muitos hábitos de consumo.

Net zero, significa reduzir a atividade econômica

Para um mundo mais verde, é necessário uma atividade econômica menor. Com viagens aéreas mais lentas, carregando menos cargas por vez, extinção do mercado de veículos particulares em prol de transportes coletivos ou manualmente acionados. Banhos semanais, em vez de diários. E por aí vai longe a lista de downgrade necessário que todos façam.

A questão é se faremos este downgrade, me parece que não.

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