As siglas EPA e DHA são referentes aos ácidos graxos eicosapentaenóico e docosahexaenóico, respectivamente. Se os nomes parecem complicados à primeira vista, a função de ambos para o organismo é simples de compreender: eles atuam na prevenção de doenças e contribuem para as funções cognitivas.
O consumo de alimentos ou suplementos que oferecem ácidos graxos traz benefícios à saúde. Estudo da Universidade do Texas, publicado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia, aponta que as substâncias estão relacionadas a uma melhor estrutura cerebral e a um incremento da função cognitiva.
Evidências presentes em pesquisas científicas e relatos de profissionais da área da nutrição apontam que o EPA e o DHA auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares e na melhora de dificuldades cognitivas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão diária desses ácidos deve ser de, pelo menos, 250 miligramas por adultos, visando a prevenção de doenças cardiovasculares e de 150 miligramas por crianças para a otimização do desenvolvimento cerebral.
DHA combate o envelhecimento e auxilia nas funções do cérebro
O DHA pode ser encontrado em peixes gordurosos, como salmão e atum, algas marinhas e, também, nos suplementos. A concentração desse ácido graxo é uma vantagem do ômega 3 vegetal .
Segundo informações da Rasbran, o DHA tem propriedades antioxidantes e contribui para o funcionamento do cérebro e da memória. Ele participa de processos cognitivos e da sinalização correta entre neurônios.
A substância também tem a capacidade de formar e revitalizar a retina dos olhos. A ingestão correta desse ácido pode prevenir contra dificuldades cognitivas e doenças cardiovasculares.
Em entrevista à imprensa, o pediatra e nutrólogo do Hospital das Clínicas de São Paulo, Mário Falcão, destaca que o consumo de alimentos com DHA é essencial tanto na fase adulta, quanto na infância. O ácido tem atuação direta em três funções do cérebro: a memória, a aprendizagem e a fixação do conhecimento.
Estudo epidemiológico publicado na Science Direct demonstrou que existe uma relação entre o aumento da ingestão de DHA e a redução dos riscos de desenvolver Alzheimer. Há, ainda, estudos que relacionam a substância com a juventude. De acordo com o Hospital Central do Exército (HCE), o DHA retarda o envelhecimento precoce da pele, prevenindo rugas e mantendo a flexibilidade e a elasticidade da pele.
Assim como ocorre com o EPA, quando a ingestão adequada não é obtida pela alimentação de peixes e algas marinhas, pode ser recomendado o uso de suplementos alimentares para suprir as necessidades nutricionais. A indicação pode ser feita por um profissional da saúde a partir da avaliação das condições do paciente.
EPA tem função anti-inflamatória e beneficia o coração
O EPA é um tipo de ácido graxo ômega-3 originário de fontes marinhas, como peixes gordurosos e óleo de peixe. Entre as suas funções, destaca-se a ação anti-inflamatória, benéfica para o coração, já que proporciona uma boa circulação sanguínea e melhora o sistema cardiovascular, como informa a Revista da Associação Brasileira de Nutrição (Rasbran).
Em entrevista à imprensa, o nutrólogo Rodrigo Seabra explica que o EPA ajuda a reduzir os triglicerídeos no sangue, a diminuir a pressão arterial e reduzir a inflamação no corpo. Por esse motivo, o consumo pode ser benéfico para pessoas com doenças inflamatórias, como artrite.
O profissional destaca que o EPA não é produzido naturalmente pelo organismo. Para obtê-lo, é necessário investir em alimentos que apresentam a substância na composição ou investir em suplementação alimentar. Os suplementos de ômega-3 podem ser encontrados de diferentes formas no mercado, há produtos em cápsulas, em pó e até mesmo em goma.