A depressão é uma das doenças que mais preocupa os médicos no mundo todo. Ela é caracterizada por acometer a pessoa com tristeza profunda, angústia, sentimento de prostração, falta de vontade de realizar atividades e, em alguns casos, até mesmo falta de interesse pela vida.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 300 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com a doença.
O procedimento da estimulação magnética transcraniana tem sido uma alternativa cada vez mais conhecida e utilizada pelos profissionais para o tratamento da depressão.
Essa técnica não invasiva apresenta benefícios que tratamentos como o uso de medicamentos não são capazes de proporcionar. Entenda melhor sobre esse procedimento abaixo.
Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)
Esse procedimento está aprovado para uso no Brasil desde 2012, sendo amplamente utilizado em tratamentos de transtornos de humor — que incluem depressão unipolar e bipolar. Ele também tem sido uma alternativa para casos envolvendo alucinações auditivas em pacientes diagnosticados com esquizofrenia.
Mas, afinal, o que é o EMT? Trata-se de um procedimento indolor, que não requer nem mesmo anestesia, feito por uma máquina que emite impulsos elétricos e magnéticos em determinadas áreas do cérebro. Esses pulsos podem estimular ou inibir o funcionamento dessas áreas, sendo que os resultados obtidos têm mostrado uma efetividade desejada pelos médicos, sobretudo se comparado às intervenções mais tradicionais, como os medicamentos.
Médicos explicam que o procedimento não tem nenhum tipo de sedação. Primeiro, o paciente deve se sentar em uma cadeira confortável e utilizar uma touca, na qual a equipe médica realiza marcações. Em seguida, uma bobina é colocada no crânio, no local em que se deseja estimular (ou inibir). Geralmente, os pacientes não reclamam de nenhum tipo de desconforto, mas, em algumas situações, alguns pacientes relatam um formigamento na área ou leves dores nas primeiras sessões, que somem com a evolução do tratamento.
Inclusive, no tratamento, a estimulação costuma ser feita todos os dias, com esse processo ocorrendo por algumas semanas. A duração da sessão varia bastante em cada caso, com algumas durando apenas três minutos, enquanto outras chegam até 30 minutos. O mesmo vale para o número de sessões, que vai depender da resposta individual do paciente e de sua evolução no tratamento. Entretanto, em média, é comum fazer 30 sessões.
Benefícios
Como esse tratamento pode ser vantajoso para os pacientes? Primeiro, é importante entender que quando há a depressão e ansiedade, os neurônios tendem a não se interligarem corretamente. Uma consequência disso é que eles ficam desregulados e incapazes de transmitir neurotransmissores essenciais, como a dopamina, responsável pela sensação de felicidade, motivação e bem-estar.
Com isso, a estimulação feita pelo EMT é uma alternativa muito bem-vinda, já que esse procedimento tem o objetivo de tratar pacientes que não responderam bem ao uso de antidepressivos. Uma das principais vantagens é o baixo índice de efeitos colaterais — aspecto que muitos pacientes se queixam com o uso de medicamentos —, além da boa tolerabilidade ao tratamento e, como dito, o fato de ele não ser invasivo e ser indolor em boa parte dos casos.
Porém, é necessário estar ciente de algumas exceções. Assim como é o caso da maioria dos tratamentos terapêuticos, não serão todos os pacientes que desfrutarão desse procedimento. Por exemplo, pacientes que tenham implantes auriculares, metais intracranianos ou que apresentem histórico de convulsões não devem ser submetidos ao tratamento.
Por outro lado, o EMT também é uma alternativa para casos de pacientes com quadros depressivos muito graves. Isso inclui casos em que a pessoa tem sintomas psicóticos ou mesmo risco de suicídio. Nessas situações, eles respondem melhor à eletroconvulsoterapia (ECT), mas, caso a pessoa não responda bem aos medicamentos e não tolere os efeitos colaterais, vale a pena investir no tratamento EMT.
Infelizmente, é importante destacar que o EMT não é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), podendo ser feito apenas por meio de contratação particular. Essa alternativa não está coberta nem mesmo nos planos de saúde, e o valor de cada sessão pode variar entre R$ 300 e R$ 600.