Problemas cardiovasculares e o câncer são as doenças que mais matam no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 30% dos óbitos registrados no país são em decorrência de complicações cardíacas, entre elas o infarto agudo do miocárdio, com um total de 300 a 400 mil casos anuais. Em média, a cada 7 diagnósticos, um óbito é registrado, segundo o Ministério da Saúde.
Os números relativos ao câncer também assustam: até 2030, a doença deve se tornar a primeira causa de mortes no Brasil, ultrapassando os óbitos causados por problemas no coração, segundo o observatório de oncologia. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta para o crescente aumento nos casos de cânceres, com uma estimativa de 704 mil novos diagnósticos por ano, no país, até 2025.
Até 2050, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 35 milhões de novos casos de câncer no mundo. A rápida disseminação da doença está ligada a diversos fatores, como o envelhecimento da população, a obesidade e o abuso de álcool e tabaco.
Dados divulgados pela OMS e a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) mostram que a incidência da doença é maior entre o público masculino. Entre os diagnósticos, um em cada nove são de homens, e um em cada 12 são de mulheres.
O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, responsável por 31,3% do total de casos. Em seguida, os cânceres de pulmão, mama e colorretal são, nesta ordem, os tipos mais comuns da doença.
Câncer de pulmão é o mais prevalente no mundo
Segundo a OMS, o câncer de pulmão é o mais comum no mundo, com 2,5 milhões de novos casos por ano. Em recente entrevista à imprensa, sobre os avanços da ciência para frear o avanço da doença, o oncologista torácico, Carlos Gil Ferreira, destacou que a identificação correta das diversas mutações que envolvem a patologia são fundamentais para determinar as opções de tratamento e a possibilidade de resposta dos pacientes.
O tratamento de câncer de pulmão pode incluir radioterapia, quimioterapia e, em alguns casos, o transplante. Para o especialista, os cuidados personalizados para cada paciente, considerando a análise de cada quadro, continuam sendo a melhor forma de lidar com a doença. Ele destaca, ainda, que quanto antes a patologia é descoberta, maiores são as chances de cura.
Câncer de mama: o mais letal entre as mulheres
Ainda segundo a OMS, o câncer de mama feminino figura em segundo lugar na lista de cânceres com maior prevalência no mundo, com 2,3 milhões de novos casos registrados anualmente.
Por isso, ações como o Outubro Rosa são tão necessárias para a conscientização e prevenção do câncer de mama. De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), se a pessoa for diagnosticada precocemente, as chances de cura da doença podem chegar a 95%.
Pesquisa conduzida pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), encomendada pela farmacêutica Pfizer, mostra que muitas mulheres ainda desconhecem as formas de prevenção da patologia. Das 14 mil respondentes, 60% disseram que a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama é o autoexame.
Especialistas afirmam que ele é importante, mas que não substitui o acompanhamento periódico com o ginecologista. Durante a consulta pode ser indicada a realização da mamografia, exame capaz de detectar tumores menores.
Segundo o médico Flávio Lúcio Vasconcelos, em entrevista ao portal da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a mamografia é o único exame que reduz em torno de 25% a mortalidade por câncer de mama. A partir dos 50 anos, o exame deve ser feito anualmente.
Ainda como formas de prevenção à doença, o Inca recomenda a prática regular de atividade física, a manutenção do peso, alimentação saudável e a redução do consumo de bebidas alcoólicas.
Câncer de próstata lidera ranking entre homens brasileiros
Entre os homens brasileiros, o câncer de próstata é o que apresenta maior incidência, com 72 mil novos casos estimados a cada ano, segundo o Inca. O órgão alerta que, muitas vezes, a doença evolui de forma silenciosa, o que confere mais riscos aos pacientes.
Nem sempre, os sintomas do câncer de próstata se manifestam no estágio inicial. À medida que a doença evolui, o homem pode notar sinais, como a necessidade de urinar mais vezes, o enfraquecimento do fluxo urinário e a presença de sangue na urina.
Em entrevista à imprensa, o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Clóvis Klock, destacou que a melhor forma de ter um diagnóstico precoce da doença e aumentar as chances de cura é por meio da realização de exames de rotina, como o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o toque retal.