Impulsionado pela demanda por melhores condições laborais e práticas que incentivem o bem-estar e a motivação no trabalho, a oferta de benefícios corporativos está em expansão. Segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), as organizações devem estar atentas às tendências e mudanças do mercado para encontrar soluções que permitam atrair e reter talentos.
De acordo com dados do Governo Federal, o Brasil conta com mais de 21 milhões de empresas, responsáveis por boa parte dos empregos formais no país. Segundo o estudo da empresa global de pesquisa e consultoria, Technavio, o mercado de vale refeição e soluções de benefícios aos trabalhadores do país deve crescer 9,55% ao ano até 2028, movimentando US$ 6,99 bilhões.
Diversos fatores justificam a estimativa de crescimento, segundo a pesquisa, como a participação ativa dos bancos em soluções de benefícios, os incentivos fiscais dos vales refeição e a crescente busca por emprego. A movimentação ocorre num cenário de maior conscientização das organizações e dos trabalhadores sobre a importância da saúde física e mental e da busca por equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Como escolher os benefícios corporativos?
Para implementar uma política de benefícios na empresa, a orientação de especialistas da área de Recursos Humanos é considerar as preferências e necessidades dos colaboradores, bem como a cultura organizacional da empresa. Para isso, é preciso estabelecer uma comunicação clara com os profissionais e averiguar o nível de satisfação.
Segundo a Pesquisa de Benefícios de Saúde 2023, realizado pela Pipo Saúde, 82% das empresas que participaram do estudo oferecem, pelo menos, dois benefícios de saúde aos funcionários, e 17,8% trabalham com pacotes completos de benefícios, que incluem planos de saúde e odontológico, seguro de vida e outros programas de bem-estar físico e mental. Entre as companhias com mais de 500 colaboradores, 73% oferecem o pacote completo.
O plano de saúde é apontado como o benefício mais importante pela maioria dos profissionais de Recursos Humanos (86%), por conta do alto impacto na atração de talentos. Mais de 90% das organizações oferecem o benefício.
Embora menos valorizado, o plano odontológico é uma realidade em 68,2% das companhias consultadas. Cerca de 56% dos profissionais de RH atribuíram alta importância ao benefício, devido ao baixo custo para a instituição e a sua capacidade de atrair e reter profissionais.
No que diz respeito à flexibilidade, apesar de ser considerada uma tendência no mercado de trabalho, somente 9,6% das empresas permitem que os funcionários personalizem os benefícios de saúde, enquanto 61% oferecem um pacote fixo. Além disso, 30,4% permitem upgrades.
Oferecido por 61,6% das empresas, o seguro de vida é tido como importante para 58% dos profissionais de RH.
Importância da saúde física e mental
Segundo a pesquisa, após a pandemia da Covid-19, os profissionais de RH passaram a enfatizar ainda mais a relevância dos benefícios de saúde mental. Devido ao aumento de problemas como depressão, ansiedade e burnout, 75% dos profissionais ouvidos no estudo destacaram a relevância desse tipo de oferta. Empresas de grande porte tendem a oferecer mais benefícios de bem-estar mental (42,8%) do que aquelas com menos de 500 funcionários (28,3%).
Já os benefícios de saúde física são incluídos nos pacotes de, aproximadamente, quatro em cada dez empresas. Deles, 72,1% cobrem a adesão, enquanto os custos do plano são de responsabilidade do colaborador, e 24,6% das empresas arcam com todos os custos.
O levantamento contou com dados de 437 empresas de todos os portes e de 23 segmentos diferentes, como tecnologia e mídia, saúde, financeiro, serviços, educação, entre outros. Foram mais de 380 mil funcionários impactados pelo estudo. Mais da metade (59,5%) é ocupante de cargos de gestão, e 40,5% dos entrevistados são contribuintes individuais.